segunda-feira, 6 de setembro de 2010


a vista alcança até onde a vista
alcança do real:
pedaços fora de foco
desfocam o seu lado animal.

segue outra vez a sonoridade
de seus próprios pensamentos,
sem que de outras penúrias
sejam arrancados incrementos

e na cabeça assim se firmam,
autônomas, as esperanças astrônomas,
na busca perpétua por outros céus
e ruas onde corram outros ventos.


Veio na pasta sonora
Embutido com leveza
De bigorna de desenho
Animado com destreza;

Imagem incomum
Sugerida nos sentidos,
Distorcidos ao extremo
E de muito caos vestidos,

Com miséria discrepante,
Sem esmolas prometidas,
Sem múltiplas vontades;

As zebras anuladas
Pela cabeça pensante
Das meias-verdades.


Vagam sem um consciente nexo
Estas setas indicando os caminhos,
Mas um astuto e atarefado paralelador
Vem interferir na desordem natural sozinho,
Satisfazendo a incômoda vontade
E a atraindo para uma morte à tarde
Na primeira nuvem que passa,
Transferindo côncavos movimentos
Para os confins de um convexo meio,
Aparentado e munido de instrumentos
De curto pavio e longo alcance,
Sem que seja precisa a última chance
Nem dúvida que seja demais da conta
Ou da cabeça, cuspida com facilidades
De saltos sem gravidade
Na peculiaridade de instintos
Mornos e sensatos,
Ao coração eternamente gratos
Pela múltipla função percebida,
Sem muita barra forçada
Nem resoluções descabidas.

Segue a estrada
E logo adiante um acidente
Paralisa o bater dos dentes.

A mesa não mais abriga
Um corpo pronto para a autópsia,
Mas alimento sincero,
Límpido, sem paradoxia
Nem caramelos
Nem doces em manhãs frias.


O que teu sonho viu
A realidade impediu ,
Você resolveu mentir
Para se redimir

Pra si mesmo,
Com receio
E recheio
De agressão.

Mas meus olhos secos
Vêem a alma,
Perdem a calma
E colhem o esterco.


O real
Tão surreal
(Com gosto de sangue
Da ponta do bumerangue)

Martela a cabeça
Dizendo: “esqueça!”,
Molhado na mesa
Para depois da sobremesa.

O que sobra
É para amanhã,
A dobra
Da romã.


avita ssi bannac
asu e dah nimé
amla caem meuqé
zilef zafem meuqé



plante a planta

que ela em resposta

seus males espanta