os passos vazios
o tempo perdido
a aurora desencantada
a vertigem desarvorada
nem um minuto a mais
ou a menos
pelo meio
ou pelas bordas
estudo
o pré-anúncio
desta incerteza
concreta
para ver estes erros
que se anunciam
sem espelhos
como molduras
este interesse
a mudança
destas horas
destes instantes
o dormir exausto
o descansar do corpo
ver uma bigorna
sobre a cabeça
surrupiar sem moral
o rangido das portas
abertas
no cérebro em tensão
então, enfim
as rusgas do agora
decepam inconstantes
estas estrofes descabidas
e o poema se descansa
à espera d'outro surto
Nenhum comentário:
Postar um comentário