sexta-feira, 28 de agosto de 2009


INSTANTE

da eternidade que se espera,
dos anos que correm aflitos,
a memória escondida
rejeita as cores;

do momento que se esvai,
do instante que se perde,
a memória fatalista
exagera amores;

e as flores que renascem
em cada primavera
instigam aquele obscuro
e severo desejo de espera

e as dores que caem
dos olhos da fera
alteram em nada
a rota da terra.

Um comentário:

Renato Giovani disse...

A idéia da finitude das coisas e da própria vida escorre pelos versos desse poema. Excelente produção, meu caro.

Renato Giovani Pereira.
www.multitexto.blogspot.com